segunda-feira, 15 de maio de 2017

Sessão philos - A incrível história dos quadrinhos



Mais um documentário sobre quadrinhos, dessa vez por um canal da Globosat. Eu realmente acho que deveriam fazer documentários mais específicos,  mas resolvi dar uma olhada nesse, até porque é sempre bom ver os artistas. Fora o Stan Lee, não é sempre que eles dão as caras.
O documentário já começa diferente, com alguns artistas plásticos/contemporâneos, sendo super condescendentes e dizendo que grande favor eles fazem de plagiar quadrinhos em suas telas e colagens legais, dizendo que os quadrinhos merecem mais reconhecimento do circuito de arte. Os sujeitos usam o tempo todo termos como "nós e eles", como se  quadrinistas não fossem artistas de verdade e nãos e aventurassem por outras mídias e formas de expressão. Provavelmente o contrário não acontece com tanta frequência.


Mas o documentário vai pegando ritmo e fica bem claro que é uma visão européia (francesa) da história dos quadrinhos. Eles chegam a especular que um "panteão laico", esse universo de super-heróis, só poderia ser resultado de um país formado por imigrantes.


O documentário ainda faz umas observações bem legais sobre a relação entre os quadrinhos americanos e a segunda guerra mundial, como por exemplo, o fato de que a capa em que o Capitão América aparece socando a cara de Hitler, aconteceu antes dos EUA entrarem na guerra, quando ainda existia inclusive um partido nazista tolerado no país.
Pra mim, a parte inédita foi quando começaram a falar um pouco sobre Hergé, Spirou, e a turma da Métal Hurlant.



Agora, a parte bizarra mesmo, é quando o documentário começa a mostrar o mercado de leilões de originais de quadrinhos, vendidos como se fossem quadros de arte erudita. Aparentemente, Bilal nem faz mais quadrinhos. uma de suas ilustrações foi vendida por 90 mil euros. 90 MIL EUROS!
 Eu ainda estou tendo dificuldade para acreditar, mas parece que existe uma pressão entre os artistas franco-belgas de usar menos textos e menos balões  nas páginas, que cada página possa ser vendida como um bloco que possa ser lida separada do contexto da estória.E ainda, uma pressão para pintar, e não colorir as estórias.


E aí vem um monte de gente esquisita dizendo coisas sobre como os museus deveriam comprar essa páginas, o mundo das belas artes abraçar os quadrinhos e blablabla.

Minha conclusão é que esse é documentário muito europeu e só o velho mundo podia tratar gibi desse jeito. Embora eu tenha descoberto que existe um tipo de pessoa muito estranha interessada nos quadrinhos, posso dizer que o documentário me fez ter vontade de ler mais quadrinhos, mais devagar, e em cópia física mesmo.






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